segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Resenha Uma Longa Jornada - Nicholas Sparks


Sinopse: Uma Longa Jornada - Nicholas Sparks

Aos 91 anos, com problemas de saúde e sozinho no mundo, Ira Levinson sofre um terrível acidente de carro. Enquanto luta para se manter consciente, a imagem de Ruth, sua amada esposa que morreu há nove anos, surge diante dele. Mesmo sabendo que é impossível que ela esteja ali, Ira se agarra a isso e relembra diversos momentos de sua longa vida em comum: o dia em que se conheceram, o casamento, o amor dela pela arte, os dias sombrios da Segunda Guerra Mundial e seus efeitos sobre eles e suas famílias.

Perto dali, Sophia Danko, uma jovem estudante de história da arte, acompanha a melhor amiga a um rodeio. Lá, é assediada pelo ex-namorado e acaba sendo salva por Luke Collins, o caubói que acabou de vencer a competição.
Ele e Sophia começam a conversar e logo percebem como é fácil estarem juntos. Luke é completamente diferente dos rapazes privilegiados da faculdade. Ele não mede esforços para ajudar a mãe e salvar a fazenda da família. Aos poucos, Sophia começa a descobrir um novo mundo e percebe que Luke talvez tenha o poder de reescrever o futuro que ela havia planejado. Isso se o terrível segredo que ele guarda não puser tudo a perder.

Ira e Ruth. Luke e Sophia. Dois casais de gerações diferentes que o destino cuidará de unir, mostrando que, para além do desespero, da dificuldade e da morte, a força do amor sempre nos guia nesta longa jornada que é a vida.

Resenha: Sophia Danko trabalhou na delicatéssen dos pais durante toda a vida, antes de ir cursar história da arte na Wake Forest, onde conheceu Brian. Após dois anos de namoro ela não podia levar mais a relação à diante, devido ao mau hábito do namorado: traí-la. Próxima de sua saída da faculdade ela já está tentando vagas no mercado de trabalho, e no dia a dia lida com a insistência de seu ex-namorado em aparecer por onde ela estiver. Enquanto tentava se recuperar do fim do relacionamento passou bastante tempo reclusa, até que finalmente sua colega de quarto Marcia conseguiu convencê-la a sair com as amigas.

Nessa noite ela é “salva” por um belo cowboy chamado Luke. A sintonia entre os dois permite que iniciem um diálogo, e que mantenham contato. Apesar da excepcionalidade da situação em que se conheceram, a afinidade entre os dois é inegável. Os dois passam a se visitar e não demoram a se apaixonarem. Porém os diferentes modos e objetivos de vida os colocarão em conflito e diante de um futuro incerto.

Luke Collins montava desde criança, era incentivado pelo pai – já falecido- e sonhava em ser um campeão da Professional Bull Riders. Com seu ótimo desempenho ele chegou bem perto disso, mas um acidente com um touro violento o deixou afastado por vários meses. Sua insistência em voltar a montar abalou sua relação com a mãe, com quem vive e trabalha na fazenda da família. Na noite em que voltou a montar não conseguiu se conter e interviu em uma briga de casal. A garota, Sophia, foi simpática e amigável e logo ele desenvolveu uma enorme afeição por ela.

Ira Levinson viveu um casamento duradouro e repleto de amor. Preso em seu carro, depois de um acidente em uma curva, ele está acompanhado pela lembrança/alucinação de sua esposa Ruth. Enquanto o faz companhia ela o auxilia em se manter vivo, e juntos recordam o romance que viveram. Eles se conheceram quando ela mudou-se para os Estados Unidos com a família, fugindo do holocausto que estava por vir. Ambos de famílias judias frequentavam a mesma sinagoga. Ira e a mãe auxiliavam o pai na loja de ternos, onde ele viu Ruth pela primeira vez. Do momento que se conheceram ao o que iniciaram um verdadeiro relacionamento amoroso foi uma longa jornada, mas não tão longa quanto a que eles ainda enfrentariam: a ida para a faculdade, a Segunda Guerra Mundial - cujas consequências os acompanharam por toda a vida -, e décadas de casamento.

Um belo livro. A narrativa se alterna entre os pontos de vista dos três personagens principais. Os rumos da vida deles se unem para um lindo desfecho. Uma ótima leitura! SUPER RECOMENDO.

Trechos: "Entendo que o amor e a tragédia andam de mãos dadas, porque não podem existir sozinhos, mas ainda assim me pergunto se a troca é justa. Acho que um homem deveria morrer como viveu; em seus últimos momentos, deveria estar cercado e ser confortado por aqueles a quem sempre amou."

" Se nós não tivéssemos nos conhecido, acho que eu teria compreendido que minha vida não estava completa. E teria perambulado pelo mundo à sua procura, mesmo se não soubesse o que estava procurando."

" Se existe um paraíso, nós nos encontraremos de novo, porque não existe um paraíso sem você."

" Todos nós sabemos que a arte não é a verdade. A arte é uma mentira que nos faz perceber a verdade, ou pelo menos a verdade que nos é dada a entender."







P.S. O romance terá uma adaptação cinematográfica, com lançamento previsto para abril de 2015. O ator Scott Eastwood interpretará o caubói Luke.


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Resenha Destrua-me (Estilhaça-me 1.5) - Tahereh Mafi


Sinopse: Destrua-me - Trilogia Estilhaça-me - Livro 1.5 - Tahereh Mafi

Perfeito para os fãs de estilhaça-me que aguardam desesperadamente a liberação de Liberta-me, este original digital da série irá preencher a lacuna entre esses dois romances a partir da perspectiva do vilão que todos nós amamos odiar, Warner, o líder cruel do Setor 45. Em estilhaça-me de Tahereh Mafi, Juliette escapou o restabelecimento seduzindo Warner e, em seguida, colocando uma bala em seu ombro. Mas como ela vai aprender em Destrua-me, que Warner não é tão fácil de se livrar. . . De volta à base e se recuperando de seu ferimento quase fatal, a Warner fará de tudo em seu poder para manter seus soldados em cheque e suprimir qualquer menção de uma rebelião no setor. Ainda que obcecado com Juliette, como sempre, a sua primeira prioridade é encontrá-la, trazê-la de volta, e dispor de Adam e Kenji, os dois traidores que ajudaram a sua fuga. Mas quando o pai de Warner, O Comandante Supremo do restabelecimento, chega para corrigir os erros de seu filho, é claro que ele tem muito planos diferentes para Juliette. Planos esses que Warner simplesmente não pode permitir. Na sequencia de Estilhaça-me e antes de sua próxima sequencia, Liberta-me, Destrua-me é uma estoria contada a partir da perspectiva da Warner, o líder cruel do Setor 45.


Resenha: A narrativa inicia-se logo após ele ser alvejado. Ainda no início de sua recuperação Warner é ameaçado pela presença perturbadora de seu pai. Em suas reflexões sobre suas escolhas e sua vida conhecemos a pessoa que existe escondida sob a postura de um líder inescrupuloso e sádico. A breve história nos elucida bastante sobre a conduta de Warner. A sua relação com o pai é terrível, e diante das várias demonstrações da maldade do homem fica claro que ele não soube dar carinho e atenção a uma criança, o que não justifica certas atitudes de Warner mas torna compreensível o que o fez se tornar o homem que Juliette conheceu.

A busca pelos fugitivos de seu setor está sendo complicada e o pai dele intervirá para que as coisas sejam feitas a seu modo. Além de não se importar com o estado físico de Warner colocando-o para ir as rondas com os soldados, ele literalmente o atormenta com os planos que possui para a amada Juliette. Sim, amada. Fica claro, nas inúmeras declarações íntimas de Warner, que o que ele sente por ela é mais de que fascinação pelo poder que possui ou atração pela beleza dela. Ao encontrar o diário da garota ele encontra uma oportunidade de desvendar ainda sobre os segredos e traços da personalidade de Juliette, como também entender o que ela sentia enquanto estava presa.

Em sua relação estrita a si mesmo, já que convive apenas com os soldados e deles mantém distância, ele se avalia bastante e admite ter características que precisa esconder para poder ser o líder temido e se preservar de repreendas do pai. Na solidão, encontra no diário de Juliette um companheiro, e ainda que estejam distantes se apega ainda mais a ela. Que o odeia.

Esta breve estória é uma perfeita introdução ao clima do segundo livro da série Estilhaça-me. Além de ser ótimo por si só, ajuda a compreender o que será exposto em Liberta-me. Mesmo não querendo ser parcial é difícil. Muito diferente do que eu esperava, Warner me surpreendeu. E em parte conquistou. SUPER RECOMENDO!

Trechos: “Não lamento nada. Aceito tudo. É o único modo que encontrei de continuar vivendo nesse corpo maltratado. Esvazio minha mente das coisas que me infestam e sobrecarregam minha alma, e aceito o que puder dos pequenos prazeres que aparecem à minha frente.”

“O modo como a toquei. Meu rosto enrijece. Se fosse apenas uma atração sexual, tenho certeza que não sentiria uma humilhação tão insuportável. Mas eu queria muito mais que apenas seu corpo.”

sábado, 30 de agosto de 2014

Resenha Liberta-me - Tahereh Mafi


Sinopse: Liberta-me - Trilogia Estilhaça-me - Livro 2 - Tahereh Mafi

Liberta-me é o segundo livro da trilogia de Tahereh Mafi. Se no primeiro, Estilhaça-me, importava garantir a sobrevivência e fugir das atrocidades do Restabelecimento, em Liberta-me é possível sentir toda a sensibilidade e tristeza que emanam do coração da heroína, Juliette. Abandonada à própria sorte, impossibilitada de tocar qualquer ser humano, Juliette vai procurar entender os movimentos de seu coração, a maneira como seus sentimentos se confundem e até onde ela pode realmente ir para ter o controle de sua própria vida. Uma metáfora para a vida de jovens de todas as idades que também enfrentam uma espécie de distopia moderna, em que dúvidas e medos caminham lado a lado com a esperança, o desejo e o amor. A bela escrita de Tahereh Mafi está de volta ainda mais vigorosa e extasiante.

Resenha: Juliette está vivendo no Ponto Ômega com Adam – o falso soldado de Warner que a tirou do manicômio – e os outros seres especiais. O chefe da organização, Castle, está insatisfeito com a sua ineficiência na demonstração de resultados nos treinamentos que ela realiza diariamente. Suas colegas de quarto são as “enfermeiras” Sara e Sonya, apesar de estar vivendo no subterrâneo há duas semanas ela não teve ainda uma conversa com elas. Seu único refúgio é Adam, porém, ela nota que ele está distante, mostrando-se exausto nos momentos em que se encontram e não lhes é permitido que treinem juntos.

Quando percebe que não só Adam, como vários outros estão mantendo segredos ela usufruirá de sua força para conseguir respostas. Para auxiliá-la nos treinamentos é designado Kenji, o garoto extrovertido que tem o dom de se tornar invisível, ele também foi um soldado de Warner infiltrado pelo Ponto Ômega, com sua experiência de vida ele tenta motivar Juliette a fazer mais do que se lamentar e ter medo de si mesma. Ela ainda lida com o fato de ser vista como uma aberração, uma assassina. Pela potência de seu poder muitas pessoas ainda a temem.

Sua interação com os companheiros é um obstáculo que era terá que vencer, especialmente depois das descobertas que faz sobre Adam. Com o convívio com ele restrito ela precisará conseguir lidar com outras pessoas também, o que é algo difícil já que nunca teve muito bem a oportunidade de o fazê-lo por ter passado os últimos anos em instituições e em uma cela. Quando consegue fazer amizades inicia a batalha por não perde-las em meio à guerra. O severo pai de Warner está no Setor 45 e sua missão é destruí-los.
Os confrontos resultam em mais descobertas dramáticas, e eles capturam Warner como refém. Assim, Juliette passa a conviver com ele pela missão de interrogá-lo para obter informações sobre as estratégias do pai dele. Entretanto, Warner ali sozinho, impotente, se mostra diferente de como ela imaginava e da imagem que construíra dele enquanto ela era a prisioneira.

A leitura deste livro me agradou bastante, tanto que assim que comecei a lê-lo não pude parar até chegar ao fim. Juliette está de volta com todas suas emoções turbulentas, mas está amadurecendo. Com os problemas no seu relacionamento com Adam ela busca outras atividades e isso faz bem a ela. Nesse livro notamos o empenho do Ponto Ômega em resgatar a sociedade da opressão feita pelo Reestabelecimento, a parceria desenvolvida por eles, e como aos poucos ela vai se tornando realmente parte do grupo. O romance é muito bem desenvolvido, sua sincera intensidade é encantadora. É um ótimo livro. SUPER RECOMENDO!

Trechos: "É tão difícil ser gentil com o mundo quando tudo o que você já sentiu é ódio. Porque é tão difícil ver a bondade no mundo quando tudo o que você já conheceu é medo."

"O cabelo dele é dourado. Os olhos, muito verdes. Sua voz está sofrida quando ele fala:
'Está dizendo,” ele começa “, que quer ser minha amiga?' "

“Livros são fáceis de destruir. Mas as palavras viverão enquanto as pessoas puderem se lembrar delas. [...] Acho que há algo na efemeridade da vida hoje em dia que torna necessário gravarmos tinta na nossa pele. Lembra-nos de que fomos marcados pelo mundo, que ainda estamos vivos. Isso nunca esqueceremos.” - Warner

"Nos dias mais escuros, você tem de procurar um ponto de luz; nos dias mais frios, você tem de procurar um ponto de calor; nos dias mais desoladores, você tem de manter os olhos para frente e para cima e, nos dias mais tristes, você tem de deixá-los abertos para permitir que chorem. Para, então, permitir que sequem. Para dar a eles uma chance de lavar a dor,para verem com frescor e clareza mais uma vez"


terça-feira, 29 de julho de 2014

Resenha: Insurgente - Veronica Roth


Clique aqui para ler a resenha do livro 1

Sinopse: Insurgente - Divergente - Livro 2 - Veronica Roth
Na Chicago futurista criada por Veronica Roth em Divergente, as facções estão desmoronando. E Beatrice Prior tem que arcar com as consequências de suas escolhas. Em Insurgente, a jovem Tris tenta salvar aqueles que ama - e a própria vida – enquanto lida com questões como mágoa e perdão, identidade e lealdade, política e amor.

Resenha: Após terem parado a simulação cruel promovida por Audácia e Erudição, Tris e Quatro pegaram o trem em busca de um lugar para ficarem. As duas facções organizadoras do massacre que visava a tomada do poder fizeram com que seus integrantes escolhessem lados, apoiando-as ou estando contra elas, devido a isso temos audaciosos e eruditos sem facção por não compactuarem com as novas ideologias demonstradas pelos líderes de suas facções. Em busca de abrigo, membros desse sistema divisor de personalidades e modelador de traços culturais tem a oportunidade – mesmo que não por uma escolha totalmente livre – de conviver com diferentes hábitos.

Fragilizada pela trágica morte dos pais Tris precisa ser forte para ajudar na restauração da ordem na sociedade em que vive, necessitando muito do apoio moral de seu namorado Tobias, que também passa por desafios ao ter que novamente conviver com o pai. Sem nem terem um lugar permanente para se abrigarem correm contra o tempo para descobrirem estratégias para agirem na atual situação pré-guerra. É preciso informações sobre os próximos passos da aliança Audácia-Erudição, e aliados para se posicionarem ante ao conflito esperado. Como previsível os líderes organizadores da simulação não facilitam ao executarem articulações para dificultar a vida dos supostos desertores.

Agora todos sabem da divergência de Tris e Tobias e da existência de muitos outros como eles, porém pelas suas excepcionais atuações o casal continua sendo os principais alvos para experiências com um possível novo soro – que quando ativado não deixaria nem mesmo os divergentes conscientes nas simulações-. Enquanto organizam-se para o conflito eles tentam se manter unidos, porém viver um romance em meio aos conflitos familiares que enfrentam não será fácil. Tris também precisa lidar com a reação de Cristina pelo trágico fim de seu namorado. Neste livro conhecemos mais sobre os personagens, alguns mostram lados inesperados. Frente a tal caos na organização das facções a leitura é ainda mais instigante.

Amei o livro, não nego que o mundo construído pela Veronica me encanta em sua demonstração de como podemos nos guiar por formas de conduta sem imaginar que estamos sendo guiados. Os personagens são bem caracterizados, quando não despertam afinidade geram curiosidade. SUPER RECOMENDO. Até agora estou gostando do desenvolvimento da trilogia, e pela tremenda revelação ao fim de Insurgente acredito que Convergente não decepcionará. Já aguardo ansiosamente o lançamento da adaptação deste livro, visto que a de Divergente me surpreendeu positivamente por como foi bem retratada.

Trechos: “A abnegação senta-se a nossa mesa, mas não ao nosso lado – uma respeitosa distância de dois assentos, embora a maior parte deles ainda acene para nós-. Eles eram amigos da família, vizinhos, colegas de trabalho, e, antes, a sua presença teria me incentivado a ficar quieta e discreta. Agora me faz querer falar mais alto, estar o mais longe possível da minha antiga identidade e da dor que a acompanha.” – Tris

“Nada mais está certo. Mas nós estamos.” – Tobias

“Eu sei que sou como um pássaro, feita estreita e pequena como se fosse para voar, construída com quadris estreitos e frágil. Mas quando ele me toca como se não pudesse afastar a mão, eu não desejo ser diferente.” – Tris

“- As facções estão sendo destruídas, e era tudo muito idiota, desde o começo.
Eu nunca disse nada parecido com isso antes. Mas estou surpresa em saber que acredito no que acabei de dizer [...]” - Tris




sexta-feira, 11 de julho de 2014

Visão sem filtros

Como seres gregários, supomos que uma boa convivência social é aquela em que há uniformidade na moral mantida por todos seus componentes. No decorrer dos séculos, as ideias sobre a moral correta adaptaram-se à modernidade, e perderam grande parto do caráter preconceituoso, sem no entanto extingui-lo. De avó para neto, ou do filho para o filho dele e assim sucessivamente, vários conceitos foram passados de geração a geração, e por serem mutáveis, alguns ideais se perderam e outros surgiram.

Na constante evolução judiciária em que vivemos, várias leis proíbem atos de segregacionismo ou racismo. Atos deste tipo geralmente descendem de pressupostos mantidos pelo senso comum. Porém há ainda conceitos “básicos” que mantivemos sem caracterizá-los como separatistas. Uma mãe veria algo de errado no fato de seu filho ter como cor preferida a rosa? É bem provável que sim. Teria o visto como irregular, porque a maioria dos meninos preferem as cores definidas como “de menino”. Uma pessoa vestindo-se de preto da cabeça aos pés, usando maquiagem forte e tatuada também seria vista como anormal, enquanto uma garota loira usando um vestido florido e rodado seria “normal” e inofensiva.

Colocamos rótulos em uma pessoa ou até situação sem conhecermos as intrínsecas circunstancias e usamos as fórmulas destes como leis sociais ou familiares que nos impedem de nos darmos conta do quão boa a diversidade é para o mundo. Aceitar o incomum no nosso dia a dia como algo normal é para muitas pessoas, um obstáculo mantido de lado.

Normalidade e anormalidade, são palavras que se analisadas em variadas situações demonstrariam quase instantaneamente o quanto podemos ver sem realmente enxergar. Pequenos detalhes que nos colocam viseiras de lentes cobertas por um filtro que leva uma visão já carregada de preconceitos aos nossos olhos. Esses aspectos sociais podem, e devem, ser melhor trabalhados em todo e qualquer ambiente em que haja interação social.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Really Don't Care, novo clipe de Demi Lovato


Demi arrasou! Linda e com sua voz poderosa como sempre ela fez um ótimo clipe, com uma vibe muito boa. A participação da comunidade LGBT fez bastante sentido com a mensagem da música. Algumas coisas que ouvimos realmente não merecem que nos importemos. Para mim é um dos melhores clipes lançados recentemente.

Confira abaixo:



domingo, 9 de março de 2014

Resenha Perdão Leonard Peacock - Matthew Quick


Sinopse: Perdão, Leonard Peacock - Matthew Quick - 224 páginas - Intrínseca
Hoje é o aniversário de Leonard Peacock. Também é o dia em que ele saiu de casa com uma arma na mochila. Porque é hoje que ele vai matar o ex-melhor amigo e depois se suicidar com a P-38 que foi do avô, a pistola do Reich. Mas antes ele quer encontrar e se despedir das quatro pessoas mais importantes de sua vida: Walt, o vizinho obcecado por filmes de Humphrey Bogart; Baback, que estuda na mesma escola que ele e é um virtuose do violino; Lauren, a garota cristã de quem ele gosta, e Herr Silverman, o professor que está agora ensinando à turma sobre o Holocausto. Encontro após encontro, conversando com cada uma dessas pessoas, o jovem ao poucos revela seus segredos, mas o relógio não para: até o fim do dia Leonard estará morto.

Resenha: É aniversário de Leonard. Com seu humor sinistro ele está se preparando para o grande dia. O dia em que vai se livrar de sua vida terrível, depois de matar seu antigo melhor amigo. Ele mora sozinho em South Jersey. A mãe, Linda, é ausente, vive em Manhattan e é uma estilista. Ele é extremamente aborrecido com o comportamento dela, que passa vários dias sem visitá-lo e quando o faz está sempre prestes a atender um telefonema e se esquecer do filho. Ele passa o tempo livre assistindo a filmes antigos com seu amigo e vizinho idoso, as vezes até deixa de ir à escola para fazer isso.

No ambiente escolar é um pouco isolado dos colegas, que para ele são idiotas e desagradáveis. Leonard também não gosta dos adultos, sempre tristes e preocupados, absortos em seus trabalhos e alheios ao mundo. Seu professor de história, Herr Silverman, é um dos poucos adultos que o cativa, e o intriga: porque ele nunca deixa os braços a mostra? Baback, um descendente de iranianos, é quase amigo de Leonard. Quase, pois, apesar de ser o aluno mais próximo de Leo, não conversam ou andam juntos, ele toca violino, e Leo gosta de assisti-lo ensaiar. Há uma garota, chamada Lauren. Se conheceram na estação do metrô quando ela distribuía panfletos, os dois as vezes conversam. Às vezes.

Leonard, obviamente devido ao seu estado depressivo é um personagem intenso. Extremamente observador e crítico, grande parte do livro – que não é longo – se vai nas considerações dele sobre sua vida e a das pessoas ao redor dele, sobre a sociedade, e um pouco sobre o Holocausto – tema da vez das aulas de história -. Não pense que a opinião de um garoto que vai se matar é entediante, as observações dele são coerentes, e nem são absolutamente pessimistas. No decorrer do livro lemos cartas “enviadas do futuro” por sua família, tais cartas foram escritas por Leonard para incentivá-lo a acreditar em um futuro melhor.
Aos poucos ele nos revela seus sentimentos, medos, angústias, e decepções. Ao fim do dia já sabemos o que o motiva a querer matar o ex-melhor amigo. Não temos tempo de descobrir muito sobre os outros personagens além do que o que ele nos conta sobre eles. É um bom livro. Uma leitura breve, que pode nos levar a reflexão sobre alguns aspectos da vida. RECOMENDO.

Trechos: “Às vezes nos sentimos culpados sabendo que muitas pessoas sofreram com os horrores que nos colocaram aqui, mas como não tínhamos controle sobre essas coisas, simplesmente tentamos desfrutar de nossa boa sorte.”

“Talvez eu tenha transcendido a minha idade, por assim dizer.”

“Este lugar fica melhor quando estou sozinho. Mais seguro.”

“Eu acho que o mundo seria um lugar melhor se dessem medalhas para grandes professores, em vez de darem apenas para os soldados que matam os inimigos nas guerras. “